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Antracnose da Oliva – Severa e destrutiva

 

Jesus G. Töfoli

jgtofoli@uol.com.br

Ricardo J. Domingues

Josiane T. Ferrari

Eduardo M. C. Nogueira

Pesquisadora dos APTA ” Instituto Biológico

 

 Antracnose em oliva - Créditos Jesus Töfoli
Antracnose em oliva – Créditos Jesus Töfoli

A cultura da oliva representa uma nova alternativa para o agronegócio brasileiro.  Presente e em fase de expansão em áreas serranas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo, essa cadeia produtiva apresenta alto potencial econômico nas áreas de extração de azeite, conservas, fitomedicamentos e cosméticos.

Apesar de apresentar certa rusticidade, a oliva pode ser afetada por doenças das mais variadas etiologias. A antracnose, causada por fungos do gênero Colletotrichum, afeta principalmente os frutos, comprometendo diretamente o aspecto visual, o rendimento e a qualidade do produto final. A doença pode ser associada às espécies C. gloeosporiodes, C. acutatum e C. simmondsii, esta última descrita recentemente em Portugal.

Sintomas

Nos frutos verdes ou próximos à maturação, a antracnose causa lesões escuras, deprimidas, circulares ou irregulares, recobertas por acérvulos e uma característica massa rósea ou alaranjada, composta por conídios do fungo.

Estágios avançados da doença são caracterizados pelo apodrecimento, mumificação e queda de frutos. Os frutos atacados apresentam queda de peso, redução do rendimento graxo e originam azeites de baixa qualidade (ácidos e avermelhados).

O fungo pode infectar primeiramente as flores e pode permanecer latente nos frutos, até que estes atinjam o inicio do amadurecimento. Frutos intactos também podem ser infectados pelo fungo, porém, a infecção é mais rápida em frutos que apresentam ferimentos como os causados por insetos ou granizo. Nas folhas, as lesões são castanhas, circulares ou irregulares, e podem originar folhas curvas ou retorcidas.

Em alguns casos, a antracnose pode também causar a morte de gemas apicais, queda de folhas e a seca generalizada de ramos novos.

A infecção

A doença é favorecida por temperaturas ao redor de 25°C e alta umidade (80 a 90%), sendo mais frequente próximo ao amadurecimento dos frutos. O período de incubação da doença é curto em condições favoráveis, podendo completar o seu ciclo em menos de 10 dias, originando numerosos ciclos secundários e epidemias severas, durante a floração e frutificação.

Os frutos e folhas doentes que caem no solo atuam como fonte de inóculo para a safra seguinte.

Entre os fatores que favorecem a antracnose destacam-se:

“¢ Plantios adensados e baixa circulação de ar entre as plantas;

“¢ Plantio de cultivares suscetíveis;

“¢ Plantios em áreas úmidas;

“¢ Ferimentos nos frutos;

“¢ Atrasos na colheita.

Manejo

O manejo da antracnose deve ser baseado em medidas integradas como:

Ãœ Em áreas com microclima mais favorável à doença, dar preferência ao plantio de cultivares menos suscetíveis.

Antracnose

Menos suscetíveis: Picual, Koroneiki, Frantoio, Leccino

Mais suscetíveis: Arbequina, Arbosana, Ascolano, Verdial, Grapollo, Hojibanca, Galega

Ü Uso de mudas certificadas;

Ãœ Plantio em terrenos arejados, drenados e ensolarados, evitando topo de morros sujeitos a ventos fortes e baixadas úmidas, onde ocorrem geadas tardias e topografia superior a 20%, dando preferência a terrenos planos, que facilitam a conservação do solo, os tratos culturais e a colheita.

Ãœ Podas seletivas de formação e manutenção, de forma a favorecer a circulação de ar e a penetração de luz no interior da copa, retirando ramos mal formados, secos e doentes. Plantios adensados frequentes em sistemas intensivos de produção são mais vulneráveis à ocorrência da antracnose e dificultam o tratamento fitossanitário.

Ãœ Adubação equilibrada: evitar o excesso de nitrogênio.

Ãœ Em áreas irrigadas: a qualidade da água é muito importante, e deve-se reduzir a frequência das regas em períodos favoráveis à doença. Em geral, sistemas por gotejamento reduzem de forma significativa a disseminação da antracnose.

Ãœ Manejo correto das plantas daninhas, de forma a evitar o acúmulo de umidade entre as plantas.

Ãœ Eliminação de folhas, frutos doentes e restos de cultura (fonte de inóculo). Esse material deve ser incorporado ao solo fora do pomar.

Ãœ Utilização de quebra ventos, que reduzem ventos fortes e chuvas, minimizam a disseminação de pragas e doenças, protegem a planta de poeira, reduzem ferimentos em folhas e conservam os inimigos naturais.

Ãœ Realizar a colheita antecipada em áreas onde a ocorrência de antracnose é alta. Evitar, também, a colheita de frutos úmidos e o armazenamento prolongado dos frutos em locais de baixa ventilação.

Essa matéria completa você encontra na revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de junho. Adquira a sua para leitura completa.

 

 

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