19.6 C
Uberlândia
quinta-feira, março 28, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiRepilo na cultura da oliva requer atenção

Repilo na cultura da oliva requer atenção

Jesus G. Töfoli

jgtofoli@uol.com.br

Ricardo J. Domingues

Josiane T. Ferrari

Eduardo M. C. Nogueira

Pesquisadores do APTA ” Instituto Biológico

 

Créditos Jesus Töfoli
Créditos Jesus Töfoli

O repilo, ou olho de pavão, causado pelo fungo Fusicladium oleagineum, é considerado uma das mais importantes e destrutivas doenças da oliva em todo o mundo. No Brasil tem sido observado em algumas regiões serranas do Sul e Sudeste.

A doença pode causar intensa queda de folhas, redução do vigor e queda acentuada da produção e qualidade dos frutos. Em cultivares muito suscetíveis, a desfolha pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas em toda a copa, porém, é mais severa nos ramos mais baixos. Nos frutos a doença pode inviabilizá-los para conservas ou originar azeites de qualidade inferior.

Sintomas

Os sintomas iniciais na parte superior das folhas são lesões circulares, concêntricas, com coloração amarela, verde ou marrom, cujo diâmetro pode variar de 2 mm a 1 cm. Ao evoluírem, essas se tornam escuras, com o centro claro, e podem ser ou não envoltas por um halo amarelado ao redor das mesmas.

Em geral, as manchas típicas da doença estão presentes somente na face superior das folhas. Na parte inferior as lesões são observadas apenas na nervura central, sendo estas pardo-escuras e alongadas. No verão as lesões são atípicas irregulares e as lesões mais velhas podem se tornar branco-acinzentadas, devido à separação da cutícula da epiderme.

O fungo também pode causar lesões pardo-escuras em pecíolos e pedúnculos, acelerando a queda de folhas e frutos. Nos frutos as lesões são levemente úmidas, escuras e deprimidas, podendo gerar deformações devido à atrofia dos tecidos infectados.

Sintoma inicial de repilo - Créditos Jesus Töfoli
Sintoma inicial de repilo – Créditos Jesus Töfoli

Agente causal

Fusicladium oleagineum é um fungo específico do gênero Olea, que pertence à classe Ascomycotina. Possui micélio imerso na epiderme foliar, conidióforos errupentes e conídios bicelulares de coloração pardo-escura.

Condições favoráveis

O repilo é favorecido por temperaturas amenas e alta umidade. Durante períodos desfavoráveis o fungo sobrevive em folhas infectadas caídas, nas quais ocorre a produção de conídios. Em geral, esses são disseminados pela ação de correntes de ar e chuvas e a sua germinação ocorre na presença de água livre na superfície foliar (chuvas, neblina e orvalho) e temperaturas que variam de 8 a 22°C.

Durante o processo infeccioso o fungo coloniza especialmente as camadas epidérmicas mais externas, desenvolvendo-se intra e extracelularmente. O tempo de incubação pode variar de 15 dias a 10 meses, em função do clima, da cultivar e da idade da folha.

O fungo pode sobreviver durante meses em folhas infectadas na planta, podendo haver surtos de desenvolvimento da lesão em função da ocorrência de condições favoráveis. Em nossas condições de cultivo a doença torna-se importante a partir do outono (abril) até o final da primavera (novembro), principalmente nas regiões sujeitas ao acúmulo de umidade e a temperaturas amenas.

Entre os fatores que favorecem o repilo destacam-se:

“¢ Plantios massivos de cultivares suscetíveis;

“¢ Podas insuficientes;

“¢ Plantios adensados;

“¢ Estabelecimento de cultivos em áreas de baixada, meia encosta e/ou próximos a fontes de água (rios, açudes e lagos);

Repilo em folhas - Créditos Jesus Töfoli
Repilo em folhas – Créditos Jesus Töfoli

Repilo nos frutos - Créditos Jesus Töfoli
Repilo nos frutos – Créditos Jesus Töfoli

Manejo

O manejo do repilo deve ser baseado em medidas integradas, como:

ü Plantio de cultivares com algum nível de resistência;

ü Uso de mudas livres da doença;

ü Plantio em terrenos ensolarados, arejados e bem drenados;

ü Podas seletivas de formação e manutenção de forma a favorecer a circulação de ar e penetração de luz no interior da copa, retirando ramos mal formados, secos e doentes;

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

ARTIGOS RELACIONADOS

Morangos – Qual variedade plantar?

  Valdir Monegat Técnico agrícola Heitor A. Pagnan Engenheiro agrônomo da Maxxi Mudas heitor@moranguinhos.com.br Nos últimos anos a introdução de novas variedades de morango tem possibilitado seu cultivo em várias...

Polímeros proporcionam maior padronização no plantio

  Além de revestir e padronizar as sementes, os polímeros levam proteção contra agentes externos e internos para o futuro da planta   Polímeros são substâncias formadas...

Momento técnico – Método de formação de mudas em bandejas

  José Carlos da Silva Viveirista técnico " CREA n°170647 / ID   Como já sabemos, nem tudo são flores! É evidente que todo processo ou método desenvolvido...

Safra de café em Três Pontas (MG) conta com chuvas de janeiro para garantir qualidade da produção

Segundo previsões da Climatempo, por conta da influência do El Niño, região pode ter chuva acima da média durante o mês O Estado de...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!