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Organominerais reduzem a salinização

 

Diego Henriques Santos

Doutor em Agricultura engenheiro agrônomo da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (CODASP)

dihens@bol.com.br

Organominerais reduzem asalinização - Crédito Grupo Leópolis
Organominerais reduzem asalinização – Crédito Grupo Leópolis

A salinização é o aumento da concentração de sais na superfície do solo ou dos substratos, trazendo prejuízos ao desenvolvimento e à produção de hortaliças e de outras culturas. Uma das medidas para evitar ou minimizar os efeitos da salinização é incorporar fertilizantes orgânicos ou organominerais no solo.

Em geral, os fertilizantes contêm sais que podem elevar a concentração salina do solo, com consequências negativas para o desenvolvimento das hortaliças. O efeito residual dos fertilizantes sobre o pH do solo pode ser estimado conhecendo-se os índices de acidez e alcalinidade desses produtos.

Os efeitos tóxicos acontecem quando as plantas absorvem os sais do solo, juntamente com a água, permitindo que haja toxidez na planta por excesso de sais absorvidos, em que há sintomas geralmente na bordadura e no ápice das folhas. Além dos problemas de toxidez, o excesso de salinidade pode trazer problemas físicos, biológicos e nutricionais às plantas, já que o excesso de um íon poderá provocar deficiência ou inibir a absorção de outro.

Diego Henriques Santos, engenheiro agrônomo da CODASP - Crédito Arquivo pessoal
Diego Henriques Santos, engenheiro agrônomo da CODASP – Crédito Arquivo pessoal

Prejuízos às raízes das plantas

O estresse causado pelo aumento de sais nas plantas faz com que elementos como o sódio sejam acumulados em maior quantidade nas folhas, e, em seguida, pelas raízes. Tal salinidade afeta negativamente a absorção de água pelas raízes, mesmo num solo bastante úmido ” esse efeito é chamado de seca fisiológica.

Além disso, os níveis de citocinina, hormônio vegetal responsável pela divisão celular, podem ser afetados pelo estresse salino, sendo as raízes as primeiras estruturas expostas a esse estresse. Como a citocinina é responsável pela expansão celular, a redução de sua síntese nas raízes tem impacto direto na produtividade das culturas.

Perdas em produtividade

A salinidade dos solos afeta diretamente o número de folhas das hortaliças, com efeitos variados entre as espécies. Mas sempre, independentemente das espécies, a salinidade influencia, de maneira negativa, a emissão de folhas, o que reduz a produtividade.

Esse comportamento demonstra que o efeito da salinidade sobre o crescimento das plantas é variável em função do material genético utilizado. Logo, as perdas podem ser maiores ou menores, conforme a cultura, podendo chegar à perda total da produção.

Além da redução do número de folhas, a área foliar das folhas que crescem é afetada significativamente pela salinidade. Essa área tem sua importância por ser uma variável de crescimento indicativa da produtividade, visto que o processo fotossintético depende da interceptação da energia luminosa e de sua conversão em energia química, processo que ocorre diretamente na folha.

Sendo assim, o rendimento da cultura será menor em função da menor área foliar, pois, quanto menor a área foliar, menor a taxa fotossintética. Tanto a redução do número de folhas como a da área foliar são mecanismos de defesa das plantas ao estresse salino, reduzindo a superfície transpirante.

Vale lembrar que, além das folhas, a salinidade afeta negativamente o comprimento do caule, prejudica o crescimento radicular. Há também outros efeitos adversos, complexos, que podem resultar de uma combinação de fatores de natureza nutricional, tóxica e osmótica.

 A alta quantidade de matéria orgânica e minerais reduz as perdas dos nutrientes - Crédito Embrapa Solos
A alta quantidade de matéria orgânica e minerais reduz as perdas dos nutrientes – Crédito Embrapa Solos

Vantagens dos fertilizantes organominerais

A adubação organomineral é uma mistura de compostos orgânicos com a complementação de fontes minerais. Pela alta quantidade de matéria orgânica e minerais, as perdas dos nutrientes, como nitrogênio, potássio ou fósforo, são praticamente reduzidas a zero.

Com o maior aproveitamento do adubo no solo, o organomineral faz com que o produtor possa usar de 35 a 40% menos em relação às fontes de nutrientes, o que representa uma redução significativa dos gastos do produtor. Além da economia imediata, o agricultor pode gastar ainda menos em longo prazo. Vale ressaltar que os organominerais evitam a salinização provocada pelo excesso de sais dos adubos químicos convencionais.

Como a fertilidade natural do solo não é suficiente para suprir as exigências nutricionais da maioria das hortaliças, as tecnologias de correção e adubação são fundamentais para garantir produtividades economicamente viáveis ao produto. Nesse contexto, os organominerais são a alternativa para substituição dos insumos agrícolas altamente salinos e acidificantes que prejudicam, em longo prazo, as características físicas e biológicas do solo, provocando a perda da capacidade produtiva das plantas.

Ainda como vantagem, a matéria orgânica, quando se junta aos nutrientes minerais, facilita a absorção destes últimos e auxilia no transporte de fotoassimilados elaborados pela própria planta.

Direto ao alvo

A adubação deve ser baseada na análise de solo e seguir orientação técnica de um profissional com experiência na cultura. A aplicação é realizada da mesma forma que a de um adubo químico convencional; no entanto, à medida que a microbiota do solo é ativada pela matéria orgânica presente no fertilizante organomineral, os minerais são liberados gradativamente para as plantas.

Esse processo garante expressiva redução da perda do mineral, seja por volatilização de nitrogênio, fixação de fósforo ou lixiviação de potássio e nitratos. Trata-se de um produto ecologicamente correto, economicamente rentável e socialmente responsável.

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