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Organominerais proporcionam nutrição equilibrada na alfacicultura

Ricardo Muñoz da Silva

Engenheiro agrônomo, doutor e diretor técnico da Rhal Ciência e Tecnologia

ricardo@rhal.com.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Os fertilizantes organominerais apresentam efetividade na produção da alface devido à presença de substâncias húmicas, resposta observada desde a produção das mudas até o estágio final de colheita. O uso de ácidos húmicos e fúlvicos em fertirrigação, gotejamento e pulverização e no solo é de uso corrente desde a década de 1990.

Para tanto, tem se utilizado organominerais sólidos e líquidos e seu uso exclusivo (via aplicação foliar ou em gotejamento) tem sido superior às testemunhas. Os organominerais, no Brasil, utilizam como fonte de matéria orgânica o carvão, o linhito e a turfa que, do ponto de vista químico, é semelhante ao que constitui a matéria orgânica do solo, tais como celulose, hemicelulose, lignina e em menor quantidade proteínas, açúcares, pentosanas, pectinas, taninos e substâncias betuminosas (graxas, ceras, resinas) (Ibarra, 1981).

Os grupos funcionais predominantes nas substâncias húmicas são os oxigenados, principalmente carboxílicos, hidroxílicos fenólicos e em menor escala carbonilas, hidroxilas alcóolicas e metoxilas (Ibarra, 1981). De acordo com Kiehl, 1993, a capacidade de troca dos cátions é diretamente proporcional à quantidade de substância coloidal húmica nela existente.

Respostas

A resposta da alface depende da variedade utilizada e da matéria-prima original utilizada na produção do organomineral. Matérias-primas orgânicas diferentes apresentam em sua composição concentrações diferentes de ácidos húmicos e fúlvicos (Brun, 1993).

As substâncias húmicas facilitam a respiração das plantas, devido ao aumento da produção de ATP. A fosforilação oxidativa é estimulada e ocorre uma maior absorção de nutrientes, com exceção do cloro, um maior transporte de nutrientes e um aumento na síntese de compostos pelas plantas.

Promovem o desenvolvimento do sistema vascular e estimulam o crescimento tanto das raízes como da parte aérea. (Sladký, 1962). A síntese de compostos nitrogenados é igualmente estimulada (Hernando Fernandes, 1968).

No campo, temos observado uma produção mais sustentável e de melhor qualidade.Normalmente se utilizam solos arenosos e os organominerais melhoram a estrutura do solo, o que permite produções crescentes e mais equilibradas. O uso de organominerais na fertirrigação, e mesmo em pulverização, permite a correção de carências e a melhor qualidade do cultivo.

A alface produzida com organominerais sólidos e foliares apresentamelhor qualidade e produtividade, com maior diâmetro transversal em relação à testemunha e colheita antecipada pós-transplantio (60 dias ” alface crespa).

Recomendações

O fertilizante organomineral sólido deve ser aplicado em pré-plantio. Já os organominerais foliares podem ser aplicados de acordo com as necessidades da cultura.

Com a utilização crescente da fertirrigação e da adubação foliar, os produtos organominerais em forma líquida, pulverizados via foliar, têm possibilidade de uso.

No transplante (mudas com 20-30 dias e com quatro folhas ” 08 ” 10 cm) para reduzir a perda de plantas e reduzir o replantio (insumos desenvolvidos para promover o enraizamento).No estágio de desenvolvimento, para promover o crescimento e a formação do pé de alface em aplicação a cada 07-10 dias, para produzir alfaces com maior qualidade.

Antes de tudo, entretanto, deve-se realizar a análise de solo da área, para avaliar as necessidades locais. Para as aplicações foliares ou via fertirrigação deve-se trabalhar com um volume de no mínimo um litro por hectare em cada aplicação.

Essa matéria você encontra na edição de Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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