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Milho-doce orgânico – Sabor e lucratividade acentuados

Lucas Luís Faustino

Doutorando em Produção Vegetal – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

lucasfaustino1987@yahoo.com.br

 

CréditosShutterstock
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O milho-doce é um produto de alto valor nutritivo e de características próprias, como sabor adocicado, pericarpo fino e endosperma com textura delicada. No estádio de milho-verde é indicado para o consumo humano. Por isso mesmo, o cultivo orgânico tem atraído produtores e consumidores, sendo que estes últimos não se importam de pagar mais por um produto de qualidade superior e sem resíduos químicos.

A exploração do milho-doce pode constituir-se em uma alternativa econômica para os grandes produtores, mas especialmente para os agricultores familiares, que produzem milho para o consumo in natura e também para locais mais distantes, destinados ao processamento industrial.

O Brasil, grande produtor de milho para grãos, também apresenta elevado potencial para produção de milho-doce. Seu cultivo vem expandindo a cada ano e se insere como uma alternativa rentável ao agricultor, pelo preço diferenciado em relação ao milho grão, atribuído ao seu exclusivo uso na alimentação humana.

Grande parte da produção de milho-doce no Brasil é direcionada para a indústria de conservas por meio de contratos realizados diretamente com os produtores. A produção de milho-doce durante todo o ano é possível com o uso de irrigação e o escalonamento da produção permite um fluxo constante do produto para a comercialização.

Em nosso país a produção concentra-se nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, e principalmente Goiás e Distrito Federal, onde se destaca o maior plantio.

Recomenda-se plantar o milho-doce no espaçamento de 80 a 90 cm entre fileiras - CréditosShutterstock
Recomenda-se plantar o milho-doce no espaçamento de 80 a 90 cm entre fileiras – CréditosShutterstock

Oferta e demanda

Uma das alternativas para buscar maior rentabilidade é o cultivo de milhos especiais, como o milho-doce que, não raro, gera melhor retorno econômico ao produtor, em relação à produção de milho comum.

Gráfico Diferença entre os grãos

Em Arroio do Meio (RS), a empresa Vandrea aumentou seu plantio de três para 100 hectares desde 2010. A meta é chegar a 1,8 milhão de espigas vendidas, em embalagens de quatro unidades, a preço médio de R$ 5,00 cada, às redes de supermercados da região metropolitana.

Esse salto em produção mostra que a oferta desse tipo de milho ainda é pequena, apesar da grande demanda por esse produto por parte dos consumidores.

Produção orgânica

Os sistemas inseridos no conceito da agricultura sustentável fundamentam-se na conservação do solo, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais, além de não degradar o ambiente, serem tecnicamente apropriados, economicamente viáveis e socialmente aceitáveis.

Assim, cada vez mais o cultivo orgânico vem ganhando adeptos, tanto por parte dos agricultores quanto por parte dos consumidores, que se preocupam com uma alimentação saudável. Somente no ano de 1999 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou a instrução normativa nº 07, que estabelecia as normas de produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação de qualidade para os produtos orgânicos de origem vegetal e animal (Brasil, 1999).

A regulamentação da lei sobre a agricultura orgânica ocorreu apenas no ano de 2007, por meio do Decreto nº 6.323, de 27 de dezembro de 2007, que dispõe que as atividades pertinentes ao desenvolvimento da agricultura orgânica, definidas pela Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, ficando disciplinadas por este Decreto, sem prejuízo do cumprimento das demais normas que estabeleçam outras medidas relativas à qualidade dos produtos e processos (Brasil, 2007).

Foto 03

Manejo

O manejo do milho-doce em relação à densidade, ao espaçamento, ao controle de pragas, doenças e plantas daninhas, à adubação de plantio e à cobertura e escalonamento de plantio e colheita é bastante semelhante ao proposto para o milho verde comum.

Para atender tanto aos interesses da indústria de envasamento quanto à produção para o uso in natura e ao próprio produtor, o milho comum e o doce deverão apresentar alguns atributos para ter boa aceitação.

Considerando-se que esse tipo de milho, em sua quase totalidade, é destinado aos empreendimentos industriais, há necessidade de que apresente maturação uniforme na época da colheita, sendo ela mecânica ou manual. Para que isso ocorra, deve-se tomar uma série de cuidados na escolha das sementes, no preparo do solo e na profundidade e densidade de plantio.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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