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Ferramentas auxiliares na colheita mecanizada de madeira

José Geraldo Mageste

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

jgmageste@ufu.br

Ângelo Márcio Pinto Leite

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

ampleite@ig.com.br

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Mesmo com toda a tecnologia disponível, principalmente depois do grande avanço em informática, muitas ferramentas, manuais ou não, são necessárias no auxílio da colheita mecanizada da madeira.

As motosserras, por exemplo, se destacam na operação de colheita de pequenos povoamentos, sendo usada para derrubada das árvores. Também vem sendo usada em algumas áreas montanhosas ou em propriedades pequenas e em condições acidentadas, condições estas onde as grandes máquinas têm dificuldades de locomoção ou equilíbrio inadequado, podendo vir a tombar com facilidade.

O uso do podador (podão mecânico) de galhos, muito usado nos EUA para condução das plantas de pêssegos e maçãs, faz-se necessário para separação das copas, reduzindo a quantidade de resíduos a serem conduzidos até o pátio de processamento.

Isto também reduz a “varredura“ que estas copas pode provocar na camada superficial do solo, principalmente quando se trabalha com Skider´s, arrastando as árvores inteiras em grandes distâncias (até 300 metros, por exemplo). O podador desgalha com facilidade e bom rendimento se o operador for devidamente treinado.

Outro equipamento que vem sendo largamente utilizado em muitas áreas de colheita é a roçadeira, equipada com pequeno sabre para corte dos galhos ou mesmo com uso do disco cortante. Ela substitui o machado, a foice ou machadinha na condução de brotação das plantações de eucalipto (redução do número de brotos por cepa) após cada ciclo de colheita.

José-Geraldo-Mageste-professor-da-UFU-Crédito-Arquivo-pessoal
José-Geraldo-Mageste-professor-da-UFU-Crédito-Arquivo-pessoal

Uma a uma

A utilização de uma ou outra ferramenta depende das condições locais, como a declividade da área, a presença de sub-bosque desenvolvido, o tamanho das árvores, a presença de galhos, etc. Em povoamentos monoclonais, árvores de diâmetro da base até 20 cm serão retiradas inteiras até o diâmetro de 05 cm, quando o uso de uma machadinha para separação da copa é extremamente viável.

Nas árvores da periferia, onde comumente aparecem galhos de maiores diâmetros à pequena altura da planta, pode ser usado o machado ou uma foice bem afiada. Além desses parâmetros, existe um ajuste para as operações eleitas para realização da colheita em si, por exemplo: em se usando um harvester em área plana, ele mesmo faz todo desgalhamento, não necessitando de outra operação para completar a colheita e a “limpeza“ da tora.

Não se pode ignorar o fenótipo (influência do ambiente sob a forma do indivíduo). Existem espécies de eucalipto, pinus, seringueira, acácia, etc., que em determinado espaçamento emitem muitos galhos grossos nas partes mais baixas da árvore. Eles costumam engrossar (como em árvores da periferia de talhões), e neste caso é imprescindível usar uma ferramenta eficiente.

Existem muitos povoamentos que são formados por plantas clonais, melhoradas geneticamente para produção de indivíduos retos com desgalhamentonatural.  Nestes, é adotado um espaçamento que não permite o lançamento de galhos laterais e a copa de uma árvore de 26 a 28 metros de altura não passa de dois metros. E o que é melhor, o diâmetro reduz drasticamente no início dos primeiros galhos. Isto coincide, felizmente, com o diâmetro mínimo desejável para muitos usos.

Assim, o emprego de um machado ou machadinha escandinavo (por causa do seu design) é perfeitamente eficiente.

Manejo recomendado

O uso de todos os tipos de ferramentas manuais ou semi-mecanizadas deve ser precedido de treinamentos dos operadores. São nestes treinamentos que eles vão conhecer a melhor maneira de manusear estas ferramentas e todos os cuidados operacionais da operação. Por exemplo, pode parecer simples usar um machado, mas se o seu cabo não estiver com o mesmo comprimento do braço do operador ele poderá causar excessiva fadiga com poucas horas de trabalho. As dificuldades são agravadas se não forem tomados cuidados como afiação adequada da lâmina.

Diariamente, é necessário que o operador faça afiações e verificações de possível afrouxamento do cabo. “Ferramentas cegas“ é fator de baixo rendimento na operação de colheita da madeira.

Sem erros

O principal erro a ser evitado está na falta de treinamento do operador para manuseio adequado da ferramenta, de modo a eliminar danos ao seu corpo, tanto pelo uso inadequado da ferramenta quanto por não se proteger de deslocamentos inesperados da árvore.

Diz-se que houve um “chicoteamento“ da árvore. Isto é comum em árvores que permanecem “engarranchadas“ em outras na derrabada. Uma ferramenta mal usada poderá causar sérios danos à saúde do operador.

Além do risco de acidentes pela falta de EPI´s, o operador deve conhecer com precisão as possíveis mudanças de direção após o corte. Por outro lado, ele jamais deverá usar ferramentas cortantes em locais de fácil desequilíbrio do corpo, o que piora drasticamente sob condições de chuva.

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho/Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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