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Deficiência em fósforo limita produtividade

 

Giovani Belutti Voltolini

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA

giovanibelutti77@hotmail.com

Marcos Vinicius de Oliveira Gonçalves

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA

Ricardo Nascimento Lutfala Paulino

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA

Dalyse Toledo Castanheira

Doutoranda em Agronomia – Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras – UFLA 

Integrantes do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – (GHPD/UFLA)

Deficiência em fósforo limita produtividade - Crédito Miriam Lins
Deficiência em fósforo limita produtividade – Crédito Miriam Lins

A agricultura possui um papel de grande relevância na cadeia alimentícia nacional, sendo responsável por grande parte dos alimentos que chegam até a mesa do consumidor. Contudo, algumas restrições impostas ao cultivo fazem com que a produção seja afetada, como solos impróprios para o plantio, pragas, doenças e também o clima adverso, sendo este um fator que vem se agravando nos últimos anos.

Dentre essas limitações, o solo é uma das que mais prejudica a produção, pois ossolos brasileiros possuem grande carência na disponibilização imediata do macronutriente fósforo (P). Isto ocorre devido à acidez natural dos mesmos, que provocam a fixação deste elemento ao solo.

Sobretudo, a análise de solo é imprescindível para identificação destas possíveis limitações, e serve como ferramenta de diagnose para orientação dos produtores nas práticas de calagem e adubação.

Importância e funções do P nas plantas

O fósforo possui grande importância no plantio dos grãos cultivados atualmente, pois este elemento é o responsável pelo arranque inicial e crescimento das plantas. A adubação fosfatada deve ser realizada toda no plantio, devido à grande demanda do mesmo para o desenvolvimento inicial, diferentemente dos outros macronutrientes primários (nitrogênio e potássio), que são parcelados durante o ciclo da cultura.

Estima-se que quando as plantas atingem 25% da sua altura total, ela já absorveu cerca de 80% de fósforo que ela absorve durante todo o seu ciclo reprodutivo.

A absorção do mesmo se dá pela forma de H2PO4, que posteriormente é translocado pela planta para ser metabolizado e utilizado pelas células em diversas funções, como transferência de energia, fotossíntese e respiração, acarretando assim no crescimento das plantas.

Além do plantio, outras fases fisiológicas que requerem maiores quantidades de P para suprimento das plantas são a florada e frutificação dos frutos. Neste momento, o solo deve estar suprido de fósforo e que o mesmo seja prontamente disponível, para que não haja prejuízos com abortamento de flores ou frutos mal granados.

Soja sem adubação fosfatada (à esquerda) e com adubação fosfatada - Crédito Djalma Martinhão
Soja sem adubação fosfatada (à esquerda) e com adubação fosfatada – Crédito Djalma Martinhão

Prejuízos

A deficiência de fósforo pode reduzir tanto a respiração como a fotossíntese, além de reduzir também a síntese de ácido nucleico e de proteína, sendo assim o crescimento da célula retardado e potencialmente paralisado.

Neste sentido, tem-se o fósforo como um elemento essencial no metabolismo das plantas, o que está ligado de forma significativa ao aumento e/ou à limitação da produtividade.

As limitações na disponibilidade de P no início do ciclo vegetativo podem resultar em restrições ao desenvolvimento, das quais a planta não se recupera posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de P a níveis adequados. O suprimento adequado de P é, pois, essencial desde os estádios iniciais de crescimento da planta.

O café responde prontamente à aplicação de fósforo - Crédito Giovani Belutti
O café responde prontamente à aplicação de fósforo – Crédito Giovani Belutti

Deficiência

Os sintomas característicos da deficiência de P nas culturas são manchas apardacentas e/ou violáceas sob a extensão do limbo foliar de folhas velhas, dada a mobilidade deste elemento dentro da planta, também sendo caracterizadas em plantas novas pelos baixos índices de crescimento quando comparadas às plantas isentas da deficiência.

Em casos de deficiência severa pode acarretar também no atraso da emergência das folhas, redução da brotação e do desenvolvimento do sistema radicular, e também da matéria seca e quantidade de sementes.

Indisponibilidade de P no solo

A indisponibilidade de P está relacionada com a química presente nos solos utilizados, visto que, devido à elevada acidez encontrada nos mesmos e à sua baixa mobilidade no solo, este nutriente não fica disponível para as plantas. A textura do solo também é outro fator que influencia diretamente na indisponibilização de fósforo às plantas.

Um bom exemplo de sua indisponibilidade seria que os solos podem apresentar de 100 a 2.500 kg/ha de fósforo total, porém, a parte disponível para a planta é mínima, normalmente entre 0,1 e 1 kg/ha.

 Deficiência de fósforo aliada à Phaosphaeriaem milho - Crédito Miriam Lins
Deficiência de fósforo aliada à Phaosphaeriaem milho – Crédito Miriam Lins

Dentre os macronutrientes, o fósforo é o menos exigido em quantidade pela planta, porém, é aplicado em maiores quantidades na adubação de solos brasileiros, isso porque o fósforo não é prontamente disponível. Portanto, a adubação é feita com quantidades superiores,que a planta necessita para se desenvolver da melhor forma possível. Estima-se que apenas 20% da adubação fosfatada é aproveitada pela planta – o restante fica retido no solo.

A calagem é uma prática de grande importância nos solos brasileiros, visto que a alta acidez associada à elevada saturação por alumínio fazem com que a absorção dos nutrientes seja reduzida. A importância de se corrigir a acidez está justamente ligada a essa limitação que os solos ácidos impõem sob o fósforo.

Essa matéria completa você encontra na edição de março da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua para leitura completa.

 

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