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2º Seminário Nacional de Folhosas foi um sucesso

 

Crédito Ana Maria Vieira Diniz
Crédito Ana Maria Vieira Diniz

 

 

A área total de hortaliças plantadas no Brasil é de 850 mil hectares, sendo que as folhosas representam 15% do total, chegando ao volume comercializado de 1,5 milhão de toneladas por ano. O mercado de alface, sozinho, gera no varejo o valor de negócio de R$ 8 bilhões. Por tamanha importância na economia brasileira, Nova Friburgo (RJ) sediou, no dia 31 de agosto, o 2º Seminário Nacional de Folhosas, que reuniu os maiores especialistas de todo o País e uma média de 120 produtores rurais em busca de informação do setor.

Crédito Ana Maria Vieira Diniz
Crédito Ana Maria Vieira Diniz

Paulo Koch, diretor de marketing da Sakata, começou palestrando sobre ‘O mercado de folhosas: números e tendências’. Segundo ele, ainda que a alface seja o carro-chefe das folhosas, há outras variedades, como rúcula, coentro, salsa, cebolinha, repolho e couve-chinesa que também são importantes no segmento, que representa o segundo maior grupo em termos de volume de mercado no Brasil, atrás apenas do tomate, em volume de comercialização de sementes.

Paulo Koch
Paulo Koch

“A alface é a terceira hortaliça mais consumida do Brasil em termos de produção, ficando atrás apenas do tomate e da melancia. E é um mercado que tem crescido bastante, cerca de 4% ao ano. O agrião, por exemplo, teve sua participação de mercado dobrada em quatro anos. A rúcula cresceu mais de 30% e o coentro mais de 50%. Isso porque atualmente tem havido uma preocupação por consumir mais folhas, já que a cor verde no prato traz grandes benefícios para a saúde“, declara.

Para folhosas, ele afirma que a tendência de mercado é o processamento, pois há uma dificuldade de higienização da alface e de outras folhosas em casa, visto que cada vez os consumidores têm menos tempo para o preparo dos alimentos. Há, inclusive, a oferta de produtos que estejam pré-preparados, como alfaces pré-higienizadas e picadas, que facilitam o trabalho para o consumidor final.

Pythium x Fusarium

Katia Regiane Brunelli Braga, coordenadora de suporte técnico da Sakata, palestrou sobre’Manejo de doenças em folhosas visando qualidade final do produto’, e frisou bem os patógenos que podem ser fatais para a cultura e aqueles que, apesar de não serem destrutivos, podem causar grandes danos à qualidade do produto final. “Usei dois exemplos que são bem frequentes na região de Nova Friburgo, que são o Pythium e o Fusarium, e foquei também o manejo para evitar ou reduzir danos“, diz.

Crédito Ana Maria Vieira Diniz
Crédito Ana Maria Vieira Diniz

O principal ponto de atenção do produtor, assinalado por ela, é a dificuldade de analisar o ambiente que está cultivando. O Pythium, por exemplo, é um problema para quem cultiva de forma hidropônica. O calor e a falta de água nesses sistemas podem prejudicar as plantas, fazendo com que o patógeno, que antes era secundário, se tornar muito importante.

O excesso de nitrogênio é outra situação que pode favorecer o Fusarium, tornando as plantas mais frágeis e causando grandes problemas para os produtores. “O manejo ideal é sempre com a integração de várias ferramentas, como usar variedades mais resistentes sempre que possível, nutrição bem balanceada e não usar muito nitrogênio para a planta não ficar muito sensível“, recomenda Katia Brunelli.

Ela alerta, entretanto,  o Pythiume o Fusarium, que têm sintomas similares, tem sido comumente confundidos, mas são patógenos diferentes, sendo inclusive de classes e reinos diferentes, o primeiro é um oomiceto e o último um fungo.A confusão pode levar a problemas no manejo, combatendo a doença errada. Por isso é importante procurar um profissional, e se este tiver dúvidas, deve enviar amostras para análise de laboratório.

Sem desperdícios

Luis Fernando Senna
Luis Fernando Senna

Luis Fernando Novaes de Senna, proprietário da Nova Agrícola, palestrou sobre ‘Diminuição de perdas de água com irrigação’. “O ponto-chave é o produtor fazer um projeto de irrigação que possibilite chegar ao final com alta produtividade e sem desperdício de água, que é um bem escasso. Para isso, é preciso ter planejamento e acompanhamento técnico, estudando o solo, o clima local e o tipo de irrigação que será utilizada“, indica.

No caso das folhosas, a recomendação dele é que se utilize irrigação por gotejamento ou microaspersão, fornecendo e repondo a água que foi perdida pela evapotranspiração. “Para fazer uma irrigação bem feita e otimizada, o produtor tem que usar de alguns artifícios, como não deixar ter vazamento ou fazer uso da tecnologia do mulching, por exemplo, cobrindo o solo e tendo menos evaporação e perdas de água. É importante, ainda, usar um aspersor ou microaspersor adequado“, ensina Luis Fernando.

Qualidade na distribuição de folhosas

Hélio Akio Nishimura trabalhou o tema ‘Qualidade na distribuição de folhosas’, e falou sobre como melhorar os processos de cada etapa da nossa cadeia, seja produtiva, no embalamento ou no packinghouse. “Para melhorar os processos é preciso saber qual o nosso objetivo, se queremos melhorar a qualidade da irrigação, do produto, ou o quanto gastamos com insumos. A partir do momento que isso for medido, teremos condições de saber quem está sendo eficiente e então o produtor vai ganhar em redução de custo, melhoria de produção, aumento de produtividade e resultado no bolso“, garante.

 

Fernando Campanha
Fernando Campanha

Como agregar valor

Ninguém melhor do que um produtor para falar sobre ‘Agregação de valor: processamento e tecnologia em folhosas’. Fernando Campanha, do Grupo Campanha, produtor e proprietário da marca Natural Salads, foi o escolhido para tal.

O Grupo Campanha atualmentegera em torno de 680 empregos diretos e mais de 03 mil indiretos.Contribui para uma sociedade mais justa abraçando programas de responsabilidade social amplamente diversificados, proporcionando a oportunidade de trabalho, capacitação e crescimento profissional, além de promover ações voltadas para saúde e eventos comemorativos para seus colaboradores e comunidade do entorno.

Em 2010, com o objetivo de atender os clientes mais exigentes, com produtos processados e prontos para o consumo final, nasceu a Natural Salads, fábrica construída em ambiente totalmente climatizado, higienizado e sanitizado, visando atender os mais rigorosos padrões de controle de qualidade.

Glaúcio Genúncio
Glaúcio Genúncio

O Grupo Campanha busca parceria com produtores que seguem o padrão de boas práticas agrícolas, e é a primeira empresa do Brasil a firmar parceria exclusiva com produtores de alface certificados pela Global Gap, obedecendo as normas aplicadas para produtos agrícolas em todo o mundo, assegurando maior confiabilidade para os consumidores.

Com tanto empenho e investimento na qualidade dos seus produtos, O grupo Campanha atende com excelência as maiores redes de varejo de fastfood dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, além de todo o Norte e Nordeste do Brasil.

Tecnologia de processamento

 

Paulo Schincariol
Paulo Schincariol

Paulo Romano Schincariol, CEO da NHS Máquinas, falou, durante o evento, sobre tecnologia na higienização e processamento de folhosas. “O mercado brasileiro de hortaliças processadas está num crescente sem volta, em torno de 20 a 25% ao ano, e a maior preocupação são os aventureiros desse mercado.Fornecer produto da quarta gama, ou seja, higienizado e minimamente processado para o consumidor, é uma responsabilidade muito grande. É uma indústria e não uma cozinha, por isso tudo deve ser feito com muito planejamento, muito cuidado e com pessoas envolvidas“, alerta.

A NHS chega para trazer soluções. A ideia é fazer o cliente crescer e acompanhá-lo em todo o processo, apresentando soluções adequadas. “Para todos os processos de higienização de folhosas e processamentos temos o equipamento adequado, que garante produtividade, padronização, segurança alimentar e economia. Por isso é importante que a operação seja com equipamentos profissionais“, enfatizaPaulo Romano.

Marina Moreira
Kátia Brunelli

Ainda segundo ele, a fábrica de equipamentos no Brasil tem uma série de dificuldades, porque a tecnologia custa caro. “Então, temos que fazer as coisas acontecerem, e partimos da disseminação de informação, levando conhecimento e entregando soluções inteligentes para que os nossos clientes possam crescer“, pondera.

O evento

O público participante do evento foi composto principalmente por produtores rurais, revendas e empresas sementeiras, totalizando 130 pessoas. “Ficamos muito felizes em poder trazer informação e tecnologia, dados e tendências para o produtor. Entendemos que essa difusão de conhecimento é muito importante para toda a cadeia“, finaliza Marcelo Rodrigues Pacotte, secretário executivo da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas.

Crédito Ana Maria Vieira Diniz
Crédito Ana Maria Vieira Diniz

 

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